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quarta-feira, 19 de maio de 2010

WOJTYLA

As cortinas não se abrem - estão abertas a receber o público que se senta para estrear o auditório do Centro Paroquial Senhora da Boa Nova em São João do Estoril - Galiza.
As famílias vão-se cumprimentando e deixam transparecer o nervosismo que eles e o motivo de ali estarem acarreta.
Os artistas vão passando, por entre a multidão, até um palco, que se torna pequeno para tanto talento.
Antes de o espectáculo começar, a entrada atempada e à vista de todos dos intérpretes da noite chama a atenção para um palco todo ele construído com grades de bebidas, num cenário minimalista, como a personalidade tratada obriga.
O aviso para se desligarem os telemóveis não é o normal - é bem-disposto, interactivo e bastante persuasivo - não se ouviu um telefone durante todo o espectáculo!
O espectáculo está a começar, e o arrepio também.
O talento é imenso, e aqueles jovens, de forma voluntária, prestam uma homenagem à altura ao Papa João Paulo II - simples, alegre, esperançada no futuro e sem falsos moralismos.
O guarda-roupa chama a atenção de qualquer um, quando todos em palco têm uma peça de roupa, uma fita na cabeça, ou qualquer outro acessório encarnado. Não, não é a cor do pecado - ou talvez seja, porque afinal todos pecamos, - mas ali é a cor da vida, da alegria e da felicidade que João Paulo II transparecia, e que se reflectia demasiado bem naqueles jovens.
Podem um dia vir a ser sociólogos, médicos, advogados, ou qualquer outra profissão menos prestigiada. Podem até vir a pedir na rua uma esmola a quem passe - isso ninguém sabe como vai ser - mas uma coisa é garantida: todos - mas mesmo todos! - têm um talento por explorar, uma veia artística a brotar, um valor cultural a preservar. Se ninguém fizer nada por vocês, façam vocês mesmos o que quiserem - a nós já nos deram uma noite inesquecível!
São poucas as palavras que possam expressar o que sentimos depois do vosso espectáculo. A vontade de gritar ao mundo coisas boas e más; a vontade de chorar e de rir; de saltar e correr até vós com tudo o que quisessem - porque naquele momento mereciam tudo: todos os sorrisos e lágrimas, todos os parabéns e reparos, todas as felicitações e tristezas por só durar até sábado.
Pois é, depois deste texto que apenas queremos que reflicta as sensações que nos invadem depois do musical Wojtyla, serve para vos dizer: corram, paguem o bilhete mais caro se for preciso, mas não deixem de ir de forma alguma a algo tão sublime. Desde a gaita tocada ao vivo a todos os músicos que ali estão - também eles - de corpo e alma a interpretar músicas e letras profundas ou que se ligam na perfeição com o momento.
O preço reverte para projectos sociais. Os intérpretes não recebem. O Centro Paroquial não recebe - só os seus projectos e quem deles usufrui. E por isso se torna premente reforçar o quão importante ir assistir a este musical, que é mais que um musical - é um encontro de testemunhos, de vivências que se encontram todos na personalidade de João Paulo II, e tão bem representados, cantados, ensaiados, maquilhados, tocados (os instrumentos), e preparados.
Enfim, as palavras são mesmo poucas... Parabéns - e nunca se esqueçam que fizeram muita gente feliz esta noite!

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