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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Bons Sons - Tomar (Cem Soldos) - 20, 21 e 22 de Agosto


- O que é o «Bons Sons»?

- O «Bons Sons» é um Festival de Verão.

- Mas como os outros todos?

- Não! Este é diferente! Os grupos que actuam são todos portugueses, excepção feita àqueles que vêm do país convidado - que nesta edição é Cabo Verde. Há sessões de curtas metragens, há grupos recentes, há consagrações da música portuguesa, há dança, há feira de marroquinarias, há cantares alentejanos, há dj pela noite dentro, há campismo, há bilhetes diários a €6, e passes de três dias a €10, há ainda música para crianças domingo de manhã, e há uma aldeia que de certeza nos vai receber muito bem!

Vamos ver Terrakota, Diabo na Cruz, Melech Mechaya, Dead Combo e B Fachada. Mas há muito mais que não conhecemos e vamos descobrir. Há uma aldeia que vamos viver!


Passa pelo site e descobre este mundo que estamos prestes a descobrir! Claro que lá para segunda ou terça vos contamos tudo! Entretanto se também estão desejosos por viver esta experiência venham ter connosco a Tomar!

«As Muralhas de Elsinore» - Teatro Municipal Mirita Casimiro (19/08/2010)

As 'muralhas' são todo o cenário existente. Mas não são umas 'muralhas' quaisquer. São «As Muralhas de Elsinore». Ou seja, são as muralhas das perguntas difíceis, com resposta difícil de dar e de ouvir; são as muralhas que escondem as pessoas invisíveis e os fantasmas que todos acabamos por criar; são, afinal, as muralhas que vemos todos os dias.
Mas estas muralhas são diferentes. São as muralhas que nos são trazidas pelo grupo "Diz Teresa Cinzenta" - um nome giro, que tem ideias ainda mais giras, ou não fossem eles (o grupo todo)autores da peça, da música, dos fatos, da encenação e do mui-habilidoso cenário. É verdade, é um novo grupo de teatro que, a continuar com o que vimos hoje, se juntam ao grupo que vai dar um futuro feliz, trabalhoso e garante de qualidade ao Teatro Português, mas isso é só o que nós pensamos.

Adiante... Sim, hoje fomos ver «As Muralhas de Elsinore» e vimos como os guardas Francisco e Bernardo (ou Bernardo e Francisco) viveram toda a história da mais famosa personagem de Shakespeare: Hamlet. Já todos ouvimos falar de Hamlet, mas de Bernardo e Francisco nem tanto. Mas é pena, porque são eles que nos trazem Ophelia, Rute - a Rameira, e muitas mais personagens que levadas à cena por Sara Prata, Rodrigo Saraiva, Romeu Vala, Alexandre Carvalho e Hugo Barreiros, e ainda com o fio condutor desta história - na voz e presença marcante de Vera Feu, nos mostram o quão difícil pode ser viver sem saber o que se é, ou viver sem saber o que é a poeira, ou mesmo viver sem saber o que é a vida e o que é a morte.

Um espectáculo forte, de hora e meia, com performances muito habilidosas, que formam um momento marcante, ou pelo menos um momento com marca. O Culturesco gostou muito e aconselha vivamente (é mesmo para irem, sim?). Está em cena no Teatro Municipal Mirita Casimiro (Monte Estoril) até dia 29 de Agosto, de quinta a domingo, sempre às 22.00. O bilhete é só 8.50€. Aproveitem!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Super Bock Surf Fest - crítica Culturesco

A este festival também havia quem tivesse ido, e quem nunca tivesse tido tal experiência. Houve quem do Sudoeste regressasse a casa por três ou quatro dias e também houve quem fosse directamente de terras alentejanas para terras algarvias. A experiência não foi muito boa. Mudámos de um clima quente, com pouco vento, noites agradáveis e praia resguardada para uma zona ventosa a toda a hora, com noites agradáveis só se com roupa diferente daquela que se costuma levar para festivais de verão.

Mas neste festival há críticas sérias a fazer, críticas que merecem uma reflexão por parte da organização.

1.º - Não há campismo disponível? Como é que se vendem bilhetes com acesso a campismo e depois, o parque de campismo tem uma lotação esgotada a dois dias do festival arrancar? Algo digno de uma (ou mais) reclamação à organização, e que merece uma solução para o ano que vem.

2.º - Novamente a questão das entradas para o recinto. Neste festival, só se descobria onde era a entrada pelo elevado ajuntamento que se fazia. Depois, a habitual e infeliz confusão de entrada. Bebidas - fora! Mas revista policial para segurança dos participantes no evento - não! Algo a ter, seriamente, em consideração.

3.º - E por último, mas não por isso menos importante, a muito notada falta de casas-de-banho no recinto, há-de haver uma qualquer regra da organização de eventos que diga que para o número de espectadores daquele festival aquele número de casas de banho era bastante reduzido, não?


Mas passemos a assuntos menos sérios, mas que nos interessam mais, por serem mais felizes. Concertos, artistas, ambiente e... festival em si.

O Sagres (como no início se chamava) foi em tempos um festival pequeno. E este ano também foi, principalmente se pensarmos que o seu único palco era de dimensões inferiores às do palco secundário do Sudoeste TMN ou do Super Bock Super Rock. Mas este ano, o evento esgotou, a enchente foi grande, muito por conta de três grandes nomes da onda reggae: Alborosie, Anthony B e Patrice. Foram deles os melhores momentos deste festival. SOJA conseguiram grande audiência mas o sentimento de satisfação não era generalizado. Vanessa da Matta cumpriu com o esperado e confessou que aquele público não era o seu público, mas que mesmo assim estava a gostar da noite. Freddy Locks pecou por tocar demasiados temas do seu mais recente trabalho, mas mesmo assim, os que já povoavam o recinto no início da noite pareciam gostar. Seguiram-se os Mercado Negro, que com a energia e sentido de humor da voz principal desta banda, invadiram Sagres de «boas vibrações»! Ficámos sem perceber a presença de Mikkel Solnado neste festival e de David Fonseca, que mesmo assim conseguiu boa audiência e grandes momentos de cumplicidade com aquele público. Gostámos da prestação de David Fonseca, mas achávamos que faria mais sentido num Super Bock... Super Rock, não? E se tivesse trocado com John Butler Trio (que tocou no dito SBSR), então... faria muito mais sentido! Podemos, para finalizar referir que a Tenda dita Electrónica (igual à do Sumol Summer Fest) de electrónica tinha pouco mas de circo, tinha muito. O que deu à organização e empresa de montagem de palcos para pegar numa tenda de circo e transformá-la numa pista de dança? Principalmente numa localidade tão ventosa... Enfim, podiam debruçar-se sobre estes assuntos para a próxima edição. O Culturesco está aqui apenas para ajudar!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sudoeste TMN - crítica Culturesco

Olá! Regressámos há poucos dias, e já aqui estamos para vos contar tudo! Vamos lembrar o Sudoeste TMN 2010? Vamos!...

Ora, comecemos por lembrar que a única fonte de informação credível que nos manteve ligados ao mundo civilizado, durante a estadia por terras da Zamujeira do Mar foi o diário «Público» e uma «Bola» ou outra, e no «Público», que ia fazendo crítica ao Sudoeste, as coisas não eram muito abonatórias. Dizia-se que o público não era exigente, que os concertos isto e que a organização aquilo, mas nós, o que achámos é que cabia ao «Público» informar os seus leitores de que aconteceu assim, a pessoa 'x' disse tal e pouco de crítica ou opinião se exigia, mas atenção: concordamos que crítica, opinião, crónica e algo do género deve ter lugar num jornal, só não achamos que um evento que consiga reunir 41 mil pessoas na sua melhor noite mereça apenas uma crítica musical e não um artigo informativo, que poderia bem ser completado com a tal crítica, não concordam? Nós achamos que temos razão, e também o quinzenal e mais universitário jornal de Portugal, esse «MU» (de Mundo Universitário, precisamente), decidiu, antes do Festival começar, tecer os melhores dos piores elogios que se podiam enumerar, chamou a Jamiroquai isto, a Mika aquilo e que o pouco que se safava eram duas ou três bandas. O autor é o Shampo Decapante, que parece que percebe de música, mas novamente aquilo que achamos ser a função de um jornal é informar, e a crítica era uma constante a cada linha das duas páginas dedicadas ao SW TMN daquele jornal, mas adiante, que da linha editorial de jornais não é bom falar!

Aqui pelo Culturesco a premissa é criticar, mas sempre com justificação, ou quase sempre. Somos livres, não temos contas a prestar a ninguém, temos poucos leitores, queremos ter mais, mas não é isso que nos impede de dizer o que pensamos!

E vamos ao que realmente interessa. Os concertos, o ambiente, a organização, o festival!...


Quarta-feira: recepção ao campista com os 2ManyDj's - um espectáculo semelhante ao apresentado no Rock in Rio 2010, mas que fez as delícias dos campistas, Culturesco incluído! O espectáculo que apresentam é mais do que um set de dj, é uma montagem cirúrgica entre imagem e música, com o que de melhor se vai fazendo!


Quinta-feira: o primeiro dia de animações, de 3 palcos em simultâneo, de muita gente e de muita música! Os cabeças de cartaz eram M.I.A., The Flaming Lips e Groove Armada. Destacamos a entrada dos The Flaming Lips com o vocalista numa bola a percorrer o público, depois rumámos até ao Palco Sapo Positive Vibes onde Tarrus Riley fazia as delícias dos amantes da música reggae. Mas antes, e neste mesmo palco Richie Campbel mostrou que há boa música reggae portuguesa. Ele é português, tem vinte e poucos anos e conseguiu dar um dos melhores concertos daquele palco, não o podia ter inaugurado de melhor forma! M.I.A. teve alguns problemas técnicos e as duas ou três músicas que vimos foram repletas de incentivos ao público que parecia corresponder bem aos seus apelos.


Sexta-feira: a língua portuguesa a fazer-se notar com todos os festivaleiros já presentes no recinto a assistirem ao concerto de Expensive Soul. Eles não queriam sair do palco, o público também não se importava que não saíssem. Desfilaram os sucessos dos álbuns anteriores e as melhores músicas do novo álbum. Um fim-de-tarde para não esquecer! Era difícil que com elementos dos Nu Soul Family a tocar nos Expensive Soul 10 minutos chegassem para que a cara-metade de Virgul neste projecto conseguisse estar em cima do Palco Planeta Sudoeste, (que também se chamava Jogos Santa Casa e Grovebox), não? Pois, uma falha da organização que resultou numas mudanças de horários, de actuações, enfim. E enquanto deviam tocar os Nu Soul Family, tocou Ladi6 que se confessou assustada, por não ter ninguém a assistir ao seu concerto de início, pois que ainda estava tudo rendido aos Expensive (parece que Human Chalice tocaram três músicas para quatro pessoas e saíram do palco até terem mais público, este atraso revelou, ao final da noite, uma hora de atraso na entrada de Jah Cure)! Mas rapidamente se reuniu uma audiência que dançou e gostou de Ladi6! Ainda neste dia, Jamiroquai deu, na nossa modesta opinião, um competente concerto. Se podia dar mais e melhor? Podia! Mas não deu, e nós gostámos à mesma! O projecto Orelha Negra cumpriu o que se esperava e deu aos mais resistentes uma óptima música de final de noite! Vimos ainda Colbie Caillat a entrar de viola em mãos e a encantar com o seu charme californiano, e James Morison a espalhar sorrisos com a sua voz rouca - fez as delícias de quem aprecia o estilo, aqui pelo Culturesco Zion Train conseguiu ser mais apelativo - mas é só a nossa opinião!


Sábado: queríamos ter visto Diabo na Cruz e não vimos. Temos muita pena, mas gostámos de os ouvir do lado de fora do recinto, enquanto esperávamos para entrar. Nesta noite destacamos as actuações de Marrokan (mais boas vibrações em português!) e de Supersonic - um final de noite diferente e bastante eléctrico! Mika encantou com um cenário que demorou 40 minutos a montar, e com um português quase irrepreensível para um descendente de libanesa e norte-americano, que viveu em Paris e em Londres. A surpresa desta noite foi mesmo Bajofondo - desconhecíamos totalmente e gostámos muito! Num estilo muito difícil de definir, mas que podemos incluir num tango electrónico - surpreendente mistura e fantástico resultado!


Domingo: houve um momento crítico na Herdade da Casa Branca neste dia. Foi a coincidência de Tiago Bettencourt (com os Mantha), de um tal de Mike Patton's Mondo Cane e de B!rd nos três palcos. Não percebemos o que B!rd faziam ali - num palco dedicado à música reggae, e nem os próprios pareciam perceber. Mike Patton's Mondo Cane - não é só difícil de pronunciar, é também difícil de ver e ouvir num festival de gente jovem, com chinelo no pé, sal na cara e no resto do corpo, salsichas ou atum no estômago e pouca vontade de ver orquestra numa língua estranha, não concordam? Aqui o que salvou foi a voz dos idos Toranja, que puxou pelo público de uma forma muito competente, e que conseguiu afastar-se de uma abordagem mais depressiva que o vem caracterizando. Mas nem tudo foram músicas tristes, com pouco ritmo ou de que simplesmente não gostássemos. Passaram pelo palco principal uns fantásticos Air que nos tiraram o fôlego com a simplicidade do seu pop alternativo - gostámos muito! Tivemos pena de não ter visto Carminho. Beirut foi já considerado por muitos o melhor momento do Sudoeste deste ano, e a julgar pela assistência impenetrável, nós compreendemos. David Guetta desfilou os êxitos e ficava o resto da noite: por vontade dele e do público - foi um dj set muito bom, longe daquilo que se podia esperar, num registo demasiado pop e com pouca qualidade de dj - nada disso! Pelo palco Postive Vibes, The Wailers - a banda que tocava com o Sr. Marley - deu um concerto digno de registo em que os maiores êxitos do maior expoente reggae desfilaram solenemente! The Steel Pulse foi para muitos o culminar de um festival recheado de bons nomes no segmento reggae e Pow Pow Movement durou até às 5 da manhã (era suposto ser só até às 4...) com algumas jovens em cima do palco, o final foi um momento difícil.


Mas há mais! Houve o Band Bonding - que foram basicamente momentos em que o público interagiu de forma organizada com tal artista, foram os telemóveis ao alto no David Guetta, os corações dourados no concerto de Mika, e outros tantos momentos dignos de registo! Houve também o Singalong Alentejano numa das iniciativas mais divertidas, originais e simples de que a organização se podia ter lembrado! A iniciativa Ecofriends, que consistia em levarmos lixo até um determinado contentor e recebermos prémios por isso: uma óptima iniciativa para despertar para a necessidade de limpeza e preservação do ambiente natural em que estávamos inseridos. Outra iniciativa fantástica foi o Megaphonecall - passava um aviso nos ecrãs, um número gratuito para TMN's e durante 15 segundos, a pessoa mais rápida a telefonar falava para o público que povoava o palco principal. Foram momentos muito interessantes de se ver!


Existiram momentos de tensão nos autocarros e filas de espera que ultrapassaram as duas horas. Existiu um péssimo serviço de projecção no palco principal em que numa tela gigantesca (de publicidade à TMN) apenas um pequeno canto era dedicado ao efeito de passar as imagens do concerto, mas calma - essas imagens tinham um desfasamento acentuado em relação ao som, e foram sempre pautadas por vários problemas técnicos - ao longo de todos os dias de festival. Algo verdadeiramente lamentável! Existiu também uma animação constante de balões que animou os céus da Herdade da Casa Branca com luzes de cores diferentes e efeitos díspares - bonito de se ver!


Se na iniciativa Ecofriends apelavam à participação e consciencialização do público para a limpeza e preservação da Herdade, a falta de caixotes do lixo no campismo foi lamentável. Não deixa de ser curioso que o público tenha de ser movido por um prémio para deitar o lixo no depósito. Enfim, esta iniciativa também nos faz lembrar do incidente que ocorreu com o recinto do Festival Delta Tejo, no Alto da Ajuda, em que alegadamente terá ficado algum lixo do festival depois de toda a estrutura ter sido removida. São aspectos a pensar!


Se alguns dos elementos Culturesco já tinham ido ao Festival mais a Sudoeste de Portugal, outros havia que nunca tinham tido tal experiência, e já percebemos porque é que este se mantém há 14 edições. Talvez voltemos para o ano!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sudoeste TMN e Super Bock Surf Fest - Apostas Culturesco

Estão aí a chegar mais dois grandes festivais e com eles o Culturesco em acção também!
Vamos passar pela Zambujeira do Mar com partida já amanhã e directamente de lá, rumamos para Sagres. Assim, só hão de ouvir notícias nossas daqui a uns tempos, mas prometemos contar-vos tudo!Agora vamos àqueles momentos por que já ansiamos dos dois festivais. Quanto ao Sudoeste TMN, destacamos as actuações de 2manydjs, de Groove Armada, de M.I.A, de Tarrus Riley, Israel Vibration, Expensive Soul, Diabo na Cruz e The Wailers como aquelas que não queremos mesmo perder!
Já no Super Bock Surf Fest aguardamos por grandes momentos com Alborosie, Anthony B, Freddy Locks e SOJA, num cartaz que, na nossa modesta opinião mostra algum desequilíbrio. Mas vamos lá analisar a situação e depois dizemo-vos tudo, sim?
Até lá, boas férias e muita Cultura para todos! Se quiserem partilhar experiências artistico-culturais, o mail está à vossa disposição!

domingo, 1 de agosto de 2010

«A Nossa Cidade» - Teatro Experimental de Cascais (01/08/2010: sessão da tarde)

O texto é de um americano, de nome Thornton Wilder, que descreve exactamente isso: a vida numa cidade. Mas não é uma cidade qualquer. É a «Nossa Cidade», e quem a habitou hoje à tarde, revelou-se um cidadão exímio!
Para quem não está a perceber, nós explicamos: «A Nossa Cidade» é a peça final dos alunos finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais. Eles estão no último ano, e por isso, para trás ficaram três intensos anos de trabalho, de técnica, de lágrimas, suor e sorrisos em palco, porque é isso mesmo que eles são: verdadeiros actores.
Desculpem a dificuldade na expressão escrita do dia de hoje. Talvez devesse esperar até me recompor. Ou então não, assim, com as emoções em franja é que faz sentido falar, neste caso escrever. Mas escrever exactamente o quê? Numa situação normal, seriam aconselhados a ir assistir, mas isso não serve de muito porque termina hoje. À noite há mais uma sessão, mas essa, como as dos últimos dias também está esgotada. E isso é bom, porque é sinal que o esforço, dedicação, trabalho e talento daqueles alunos-actores é recompensado.

Mas passemos à peça, à história, ao cenário... Podemos começar pelo fim e dizer que de cenário, só mesmo umas tantas cadeiras que, sem percebermos bem ao início constroem todo o cenário necessário. Depois à peça: organizada em três actos: o primeiro uma apresentação das personagens, o segundo o "foram felizes", e o terceiro acto: "morreram". Porque afinal é assim a vida numa cidade, e esta, nisso não é excepção: há amores, há vidas e há mortes. Quanto à história é-nos contada por um Director de Cena exímio no descrever do cenário, na relação com os outros cidadãos (nós: o público) e que de padre ou de dono de café tem tudo! Depois existem as famílias que fazem a sua vida normal, há um coro de igreja, há uma mulher bêbeda, um médico, um distribuidor de jornais, uns filhos e filhas, umas donas de casa... enfim, há naquele palco uma verdadeira cidade!

Para nós o que fica é mais do que a cidade que nos é descrita, é mais do que as cadeiras, as falas e diálogos, as saias das mulheres e os coletes dos homens. É mais do que duas turmas de jovens, é mais do que um grupo de estudantes. Para nós o que fica é o futuro. O futuro do Teatro, e esse, é bom de ver - está completamente assegurado! O encenador é Carlos Avilez - director da Escola que acolhe aqueles jovens, director do Teatro que lhes oferece por este meio mês o palco, é um amigo que lhes fica, nem que seja pela sabedoria que lhes transmitiu, Carlos Avilez é, afinal, «o melhor encenador de Portugal» como dizia uma aluna sua, orgulhosa por o ter como professor e mentor.

Enfim, podíamos estar para aqui com mil palavras que seria difícil chegar a qualquer coisa semelhante àquela a que assistimos. O ano passado saímos do Parque Palmela rendidos com aqueles futuros actores (uns já em novelas, séries e palcos - tal é o talento e qualidades que já tinham), e hoje isso tornou a acontecer, e é reconfortante ver que o futuro está cheio de talento e que para o ano quando formos ver a prestação final daqueles que iniciam em Setembro o último ano de curso este sentimento nos vai voltar a invadir.

Naturalmente, os Parabéns a todos os agora actores! O futuro é mesmo vosso!