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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sudoeste TMN - crítica Culturesco

Olá! Regressámos há poucos dias, e já aqui estamos para vos contar tudo! Vamos lembrar o Sudoeste TMN 2010? Vamos!...

Ora, comecemos por lembrar que a única fonte de informação credível que nos manteve ligados ao mundo civilizado, durante a estadia por terras da Zamujeira do Mar foi o diário «Público» e uma «Bola» ou outra, e no «Público», que ia fazendo crítica ao Sudoeste, as coisas não eram muito abonatórias. Dizia-se que o público não era exigente, que os concertos isto e que a organização aquilo, mas nós, o que achámos é que cabia ao «Público» informar os seus leitores de que aconteceu assim, a pessoa 'x' disse tal e pouco de crítica ou opinião se exigia, mas atenção: concordamos que crítica, opinião, crónica e algo do género deve ter lugar num jornal, só não achamos que um evento que consiga reunir 41 mil pessoas na sua melhor noite mereça apenas uma crítica musical e não um artigo informativo, que poderia bem ser completado com a tal crítica, não concordam? Nós achamos que temos razão, e também o quinzenal e mais universitário jornal de Portugal, esse «MU» (de Mundo Universitário, precisamente), decidiu, antes do Festival começar, tecer os melhores dos piores elogios que se podiam enumerar, chamou a Jamiroquai isto, a Mika aquilo e que o pouco que se safava eram duas ou três bandas. O autor é o Shampo Decapante, que parece que percebe de música, mas novamente aquilo que achamos ser a função de um jornal é informar, e a crítica era uma constante a cada linha das duas páginas dedicadas ao SW TMN daquele jornal, mas adiante, que da linha editorial de jornais não é bom falar!

Aqui pelo Culturesco a premissa é criticar, mas sempre com justificação, ou quase sempre. Somos livres, não temos contas a prestar a ninguém, temos poucos leitores, queremos ter mais, mas não é isso que nos impede de dizer o que pensamos!

E vamos ao que realmente interessa. Os concertos, o ambiente, a organização, o festival!...


Quarta-feira: recepção ao campista com os 2ManyDj's - um espectáculo semelhante ao apresentado no Rock in Rio 2010, mas que fez as delícias dos campistas, Culturesco incluído! O espectáculo que apresentam é mais do que um set de dj, é uma montagem cirúrgica entre imagem e música, com o que de melhor se vai fazendo!


Quinta-feira: o primeiro dia de animações, de 3 palcos em simultâneo, de muita gente e de muita música! Os cabeças de cartaz eram M.I.A., The Flaming Lips e Groove Armada. Destacamos a entrada dos The Flaming Lips com o vocalista numa bola a percorrer o público, depois rumámos até ao Palco Sapo Positive Vibes onde Tarrus Riley fazia as delícias dos amantes da música reggae. Mas antes, e neste mesmo palco Richie Campbel mostrou que há boa música reggae portuguesa. Ele é português, tem vinte e poucos anos e conseguiu dar um dos melhores concertos daquele palco, não o podia ter inaugurado de melhor forma! M.I.A. teve alguns problemas técnicos e as duas ou três músicas que vimos foram repletas de incentivos ao público que parecia corresponder bem aos seus apelos.


Sexta-feira: a língua portuguesa a fazer-se notar com todos os festivaleiros já presentes no recinto a assistirem ao concerto de Expensive Soul. Eles não queriam sair do palco, o público também não se importava que não saíssem. Desfilaram os sucessos dos álbuns anteriores e as melhores músicas do novo álbum. Um fim-de-tarde para não esquecer! Era difícil que com elementos dos Nu Soul Family a tocar nos Expensive Soul 10 minutos chegassem para que a cara-metade de Virgul neste projecto conseguisse estar em cima do Palco Planeta Sudoeste, (que também se chamava Jogos Santa Casa e Grovebox), não? Pois, uma falha da organização que resultou numas mudanças de horários, de actuações, enfim. E enquanto deviam tocar os Nu Soul Family, tocou Ladi6 que se confessou assustada, por não ter ninguém a assistir ao seu concerto de início, pois que ainda estava tudo rendido aos Expensive (parece que Human Chalice tocaram três músicas para quatro pessoas e saíram do palco até terem mais público, este atraso revelou, ao final da noite, uma hora de atraso na entrada de Jah Cure)! Mas rapidamente se reuniu uma audiência que dançou e gostou de Ladi6! Ainda neste dia, Jamiroquai deu, na nossa modesta opinião, um competente concerto. Se podia dar mais e melhor? Podia! Mas não deu, e nós gostámos à mesma! O projecto Orelha Negra cumpriu o que se esperava e deu aos mais resistentes uma óptima música de final de noite! Vimos ainda Colbie Caillat a entrar de viola em mãos e a encantar com o seu charme californiano, e James Morison a espalhar sorrisos com a sua voz rouca - fez as delícias de quem aprecia o estilo, aqui pelo Culturesco Zion Train conseguiu ser mais apelativo - mas é só a nossa opinião!


Sábado: queríamos ter visto Diabo na Cruz e não vimos. Temos muita pena, mas gostámos de os ouvir do lado de fora do recinto, enquanto esperávamos para entrar. Nesta noite destacamos as actuações de Marrokan (mais boas vibrações em português!) e de Supersonic - um final de noite diferente e bastante eléctrico! Mika encantou com um cenário que demorou 40 minutos a montar, e com um português quase irrepreensível para um descendente de libanesa e norte-americano, que viveu em Paris e em Londres. A surpresa desta noite foi mesmo Bajofondo - desconhecíamos totalmente e gostámos muito! Num estilo muito difícil de definir, mas que podemos incluir num tango electrónico - surpreendente mistura e fantástico resultado!


Domingo: houve um momento crítico na Herdade da Casa Branca neste dia. Foi a coincidência de Tiago Bettencourt (com os Mantha), de um tal de Mike Patton's Mondo Cane e de B!rd nos três palcos. Não percebemos o que B!rd faziam ali - num palco dedicado à música reggae, e nem os próprios pareciam perceber. Mike Patton's Mondo Cane - não é só difícil de pronunciar, é também difícil de ver e ouvir num festival de gente jovem, com chinelo no pé, sal na cara e no resto do corpo, salsichas ou atum no estômago e pouca vontade de ver orquestra numa língua estranha, não concordam? Aqui o que salvou foi a voz dos idos Toranja, que puxou pelo público de uma forma muito competente, e que conseguiu afastar-se de uma abordagem mais depressiva que o vem caracterizando. Mas nem tudo foram músicas tristes, com pouco ritmo ou de que simplesmente não gostássemos. Passaram pelo palco principal uns fantásticos Air que nos tiraram o fôlego com a simplicidade do seu pop alternativo - gostámos muito! Tivemos pena de não ter visto Carminho. Beirut foi já considerado por muitos o melhor momento do Sudoeste deste ano, e a julgar pela assistência impenetrável, nós compreendemos. David Guetta desfilou os êxitos e ficava o resto da noite: por vontade dele e do público - foi um dj set muito bom, longe daquilo que se podia esperar, num registo demasiado pop e com pouca qualidade de dj - nada disso! Pelo palco Postive Vibes, The Wailers - a banda que tocava com o Sr. Marley - deu um concerto digno de registo em que os maiores êxitos do maior expoente reggae desfilaram solenemente! The Steel Pulse foi para muitos o culminar de um festival recheado de bons nomes no segmento reggae e Pow Pow Movement durou até às 5 da manhã (era suposto ser só até às 4...) com algumas jovens em cima do palco, o final foi um momento difícil.


Mas há mais! Houve o Band Bonding - que foram basicamente momentos em que o público interagiu de forma organizada com tal artista, foram os telemóveis ao alto no David Guetta, os corações dourados no concerto de Mika, e outros tantos momentos dignos de registo! Houve também o Singalong Alentejano numa das iniciativas mais divertidas, originais e simples de que a organização se podia ter lembrado! A iniciativa Ecofriends, que consistia em levarmos lixo até um determinado contentor e recebermos prémios por isso: uma óptima iniciativa para despertar para a necessidade de limpeza e preservação do ambiente natural em que estávamos inseridos. Outra iniciativa fantástica foi o Megaphonecall - passava um aviso nos ecrãs, um número gratuito para TMN's e durante 15 segundos, a pessoa mais rápida a telefonar falava para o público que povoava o palco principal. Foram momentos muito interessantes de se ver!


Existiram momentos de tensão nos autocarros e filas de espera que ultrapassaram as duas horas. Existiu um péssimo serviço de projecção no palco principal em que numa tela gigantesca (de publicidade à TMN) apenas um pequeno canto era dedicado ao efeito de passar as imagens do concerto, mas calma - essas imagens tinham um desfasamento acentuado em relação ao som, e foram sempre pautadas por vários problemas técnicos - ao longo de todos os dias de festival. Algo verdadeiramente lamentável! Existiu também uma animação constante de balões que animou os céus da Herdade da Casa Branca com luzes de cores diferentes e efeitos díspares - bonito de se ver!


Se na iniciativa Ecofriends apelavam à participação e consciencialização do público para a limpeza e preservação da Herdade, a falta de caixotes do lixo no campismo foi lamentável. Não deixa de ser curioso que o público tenha de ser movido por um prémio para deitar o lixo no depósito. Enfim, esta iniciativa também nos faz lembrar do incidente que ocorreu com o recinto do Festival Delta Tejo, no Alto da Ajuda, em que alegadamente terá ficado algum lixo do festival depois de toda a estrutura ter sido removida. São aspectos a pensar!


Se alguns dos elementos Culturesco já tinham ido ao Festival mais a Sudoeste de Portugal, outros havia que nunca tinham tido tal experiência, e já percebemos porque é que este se mantém há 14 edições. Talvez voltemos para o ano!

1 comentário:

Diana disse...

AAAHHH não perderia os Diabos na Cruz... e sinceramente nem sabia que iam estar por lá! se não tinha feito num esforço e ia!

Deve ter sido brutal :D

e como foi que correu a caMpanha da AXE ? :p