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domingo, 1 de agosto de 2010

«A Nossa Cidade» - Teatro Experimental de Cascais (01/08/2010: sessão da tarde)

O texto é de um americano, de nome Thornton Wilder, que descreve exactamente isso: a vida numa cidade. Mas não é uma cidade qualquer. É a «Nossa Cidade», e quem a habitou hoje à tarde, revelou-se um cidadão exímio!
Para quem não está a perceber, nós explicamos: «A Nossa Cidade» é a peça final dos alunos finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais. Eles estão no último ano, e por isso, para trás ficaram três intensos anos de trabalho, de técnica, de lágrimas, suor e sorrisos em palco, porque é isso mesmo que eles são: verdadeiros actores.
Desculpem a dificuldade na expressão escrita do dia de hoje. Talvez devesse esperar até me recompor. Ou então não, assim, com as emoções em franja é que faz sentido falar, neste caso escrever. Mas escrever exactamente o quê? Numa situação normal, seriam aconselhados a ir assistir, mas isso não serve de muito porque termina hoje. À noite há mais uma sessão, mas essa, como as dos últimos dias também está esgotada. E isso é bom, porque é sinal que o esforço, dedicação, trabalho e talento daqueles alunos-actores é recompensado.

Mas passemos à peça, à história, ao cenário... Podemos começar pelo fim e dizer que de cenário, só mesmo umas tantas cadeiras que, sem percebermos bem ao início constroem todo o cenário necessário. Depois à peça: organizada em três actos: o primeiro uma apresentação das personagens, o segundo o "foram felizes", e o terceiro acto: "morreram". Porque afinal é assim a vida numa cidade, e esta, nisso não é excepção: há amores, há vidas e há mortes. Quanto à história é-nos contada por um Director de Cena exímio no descrever do cenário, na relação com os outros cidadãos (nós: o público) e que de padre ou de dono de café tem tudo! Depois existem as famílias que fazem a sua vida normal, há um coro de igreja, há uma mulher bêbeda, um médico, um distribuidor de jornais, uns filhos e filhas, umas donas de casa... enfim, há naquele palco uma verdadeira cidade!

Para nós o que fica é mais do que a cidade que nos é descrita, é mais do que as cadeiras, as falas e diálogos, as saias das mulheres e os coletes dos homens. É mais do que duas turmas de jovens, é mais do que um grupo de estudantes. Para nós o que fica é o futuro. O futuro do Teatro, e esse, é bom de ver - está completamente assegurado! O encenador é Carlos Avilez - director da Escola que acolhe aqueles jovens, director do Teatro que lhes oferece por este meio mês o palco, é um amigo que lhes fica, nem que seja pela sabedoria que lhes transmitiu, Carlos Avilez é, afinal, «o melhor encenador de Portugal» como dizia uma aluna sua, orgulhosa por o ter como professor e mentor.

Enfim, podíamos estar para aqui com mil palavras que seria difícil chegar a qualquer coisa semelhante àquela a que assistimos. O ano passado saímos do Parque Palmela rendidos com aqueles futuros actores (uns já em novelas, séries e palcos - tal é o talento e qualidades que já tinham), e hoje isso tornou a acontecer, e é reconfortante ver que o futuro está cheio de talento e que para o ano quando formos ver a prestação final daqueles que iniciam em Setembro o último ano de curso este sentimento nos vai voltar a invadir.

Naturalmente, os Parabéns a todos os agora actores! O futuro é mesmo vosso!

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