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domingo, 25 de julho de 2010

Super Bock Super Rock - crítica Culturesco

Vamos simplificar, pode ser? Então pronto: SBSR - é como é tratado na gíria da comunicação social por ser um nome com mais de três palavras - e a partir daí difícil de dizer com ritmo e, naturalmente difícil de o escrever, pela exigência fonética que representa, e num texto que tem esse nome por base, e apesar das regras literárias recomendarem a pouca ou nenhuma repetição, essa é inevitável. Esclarecimentos à parte, e porque aqui pelo Culturesco somos peritos em criticar, vamos, nas linhas seguintes dizer o que de melhor e de menos agradável aconteceu no dito SBSR, ok? E como não queremos maçar-vos muito, vamos ser sucintos... uns tópicos nunca fizeram mal a ninguém e agora vamos experimentar como ficam por aqui... aí vamos nós!

Ora...
Organização:
- boa - se pensarmos na revista policial apertada (e talvez exagerada - no primeiro dia de campismo (quinta-feira) havia cães a revistar mochilas e pessoas...);
- má - se pensarmos na má gestão dos autocarros (deviam existir mais, e devia haver algum cuidado - o senhor motorista que fazia o transfer entre a estação CP de Coina para o recinto, no final da noite apresentava largos sinais de embriaguez... ou só nós é que vimos?), e ainda negativa se pensarmos nas largas filas para entrar no recinto todos os dias - se optam por um nível se segurança tão apertado, porque não fazer entradas de recintos maiores, com opção para duas ou três filas em simultâneo? (já no Delta Tejo aconteceu o mesmo...)

Segurança:
- e porque foi acabada de falar: boa no recinto; má no campismo - aqui pelo Culturesco alguém ficou sem um fato de banho e sem uma toalha de praia, chamemos-lhe "roubo de estendal" - desnecessário para quem se quer divertir, não?

Comida:
- cara! (dentro e fora do recinto).

Vila:
- de seu nome Alfarim, receberam-nos muito bem - como se nos conhecessem, até! A vontade de voltar sem o rebuliço do festival ficou... veremos o que o verão nos reserva...

Transportes:
- já falámos do senhor do transfer CP Card (embriaguez) e a isso podíamos acrescentar a falta de segurança do próprio transporte...
- no que ao transporte recinto-praia e praia-recinto diz respeito, para um trajecto bastante longo (20 a 30 minutos) em que ir a pé não é uma solução muito viável (apesar dos que se aventuraram) a existência de apenas de 2 autocarros neste serviço foi uma falha grave, obrigou a grandes filas de espera e ânimos exaltados em várias situações e ainda a pessoas a viajar de pé num transporte que se quer seguro... a intenção era a melhor, mas não é muito aconselhável, certo?

Campismo:
- na sexta-feira o recinto dedicado ao campismo teve de ser alargado, e acabámos, mesmo assim, uns em cima dos outros. Faltavam contentores de lixo, iluminação e mais chuveiros e casas de banho (podiam existir também na outra ponta do recinto, ou só à entrada é que é viável?).

Recinto:
- em todos os jornais, revistas e televisões o pó foi senhor e rei, e também aqui - para quem passou quatro dias por aquelas bandas, algum ar citadino, e por isso sem poeiras, era extremamente necessário!
- em termos de infra-estruturas, de espaço e de animações, em comparação com o Delta Tejo e com o Sumol Summer Fest (da mesma organização que o SBSR) foi, a nosso ver, o melhor até agora!

Concertos:
- a razão principal de um festival é, parecendo que não, a música e neste festival em particular as surpresas foram muitas... Prince confirmou as expectativas apesar de esperarmos uma música com Ana Moura e não Prince, Ana Moura (com Prince na guitarra), e Prince outra vez - nem conversaram quase... mas foi, de facto, um momento histórico de que muito se devem orgulhar organização, patrocinadores e artistas envolvidos. Os 32 mil que assistiram pareciam rendidos ao artista. Pena John Butler Trio coincidir ainda que por pouco tempo com o cabeça de cartaz do festival (que não foi o último da noite...) o que não impediu que aquele fosse o momento em que o palco secundário (Palco EDP) tivesse registado talvez a maior audiência...
- mas houve mais do que Prince, Ana Moura e John Butler Trio. No primeiro dia houve Cut Copy: totalmente desconhecidos para nós, que ficámos agradavelmente surpreendidos; Pet Shop Boys: novos de mais para a idade que carregam, e com ela tantos êxitos, a cada música descobrimos que estávamos a ouvir a música do tempo em que éramos crianças: um dos melhores concertos para nós! Keane: para uns algo que não chamou muita atenção, para outros um grande momento do festival, aqui pelo Culturesco, concordamos mais com a primeira opinião... Cut Copy e Pet Shop Boys foram, a nosso ver os reis da noite!
- segundo dia: Hot Chip: muito bom! Leftfield: o melhor da noite. Vampire Weekend: a cena indie no seu melhor. Tiago Bettencourt & Mantha: nós gostamos, mas achámos que naquele festival, tocaram no palco errado... Já no Palco EDP Miss Redshoes encantou!
- terceiro dia: Palco EDP: Sharon Jones: mas o que é isto? Uma cinquentona que encantou o Meco e arredores... um óptimo aperitivo para uma grande noite, cantou com os The Dap Kings - banda que actua com Miss Winehouse e juntos mostraram a soul music no seu melhor. Sharon Jones come back! John Butler Trio: o momento alto do festival para muitos que para além dos êxitos radiofónicos de Prince era a única banda que conheciam. Pelo palco principal, Palma's Gang: lamentável o álcool que pelo sangue do senhor Palma circulava - prejudicou um bocadinho ou não? A ocasião merecia um bocadinho de esforço, dizemos nós! Empire Of The Sun: para muitos a melhor maneira de encerrar o festival, depois dos amantes de Prince darem lugar a uma audiência mais jovem e mais entendida destas novas andanças de música "mascarada". Um bom momento musical, pena só ter estado presente metade da banda, mas quase ninguém se apercebeu...

Em Suma...
Foi um grande festival! O local não podia ser melhor! A organização essa, pode sempre ser melhor, e a nossa principal queixa é relativamente aos autocarros. Se o ano passado - depois daquela experiência "metade Porto e metade Lisboa sem os Depeche Mode à última da hora substituídos pelos GNR", o festival não parecia de boa saúde, nesta 16ª edição isso foi esquecido. Para o ano deviam voltar ao mesmo sítio - resultou bem! Só não digam no spot publicitário «Meco, Sol e Rock n' Roll» porque de Meco só mesmo o local - porque a praia era longe e de difícil acesso, e de Rock N' Roll, só uma guitarrada ou outra... por nós podem dizer «pó, sol e boa música» que é mais real, verdadeiro e bom à mesma, sim?

As fotos da praxe... em muito menor quantidade estarão no Facebook um dia destes, quem sabe...

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